95 Teses

  • A Autofagia Protestante se baseando em lutero nas suas 95 teses.............
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  • 1ª Tese Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto arrependimento. 2ª Tese E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo dos sacerdotes. 3ª Tese Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificação da carne. 4ª Tese Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna. 5ª Tese O papa não quer e não pode dispensar de outras penas além das que impôs ao seu alvitre ou nem acordo com os cânones, que são estatutos papais. 6ª Tese O papa não pode perdoar dívida, senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus, ou então o faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes 7casos, se desprezados, a dívida em absoluto deixaria de ser anulada ou perdoada. 7ª Tese Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao ministro, seu substituto. 8ª Tese Cânones poenitentiales, que são as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostos aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos. 9ª Tese Eis por que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema. 10ª Tese Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõe aos moribundos penitências canônicas ou para o purgatório a fim de ali serem cumpridas. 11ª Tese Este joio, que é o de transformar a penitência e satisfação, prevista pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado enquanto os bispos dormiam. 12ª Tese Outrora canônica poenae, ou seja, penitência e satisfação por pecados cometidos, eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar. 13ª Tese Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição. 14ª Tese Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte, necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menos o amor, tanto maior o temor. 15ª Tese 8Este temor e espanto em si tão só, sem nos referirmos a outras coisas, basta para causar o tormento e o horror do purgatório, pois se avizinham da angústia do desespero. 
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  • 16ª Tese Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza. 17ª Tese Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, também deve crescer e aumentar o amor. 18ª Tese Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura, que as almas do purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor. 19ª Tese Parece ainda não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem mais por ela, não obstante nós termos esta certeza. 20ª Tese Por isso o papa não quer dizer e nem compreender com as palavras “perdão plenário de todas as penas” o perdão de todo o tormento, mas tão só as penas por ele impostas. 21ª Tese Eis por que erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante indulgência do papa. 22ª Tese Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas do purgatório das que, segundo os cânones da igreja, deviam ter expiado e pago na presente vida. 23ª Tese Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muitos poucos. 24ª Tese Logo, a maioria do povo é ludibriado com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas. 925ª Tese Exatamente o mesmo poder geral que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular. 26ª Tese O papa faz muito bem em não conceder o perdão às almas em virtude do poder das chaves (coisa que não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão. 27ª Tese Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório. 28ª Tese Certo é que, no momento em que a moeda soa na caixa, vem lucro, e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus. 29ª Tese E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com S. Severino e Pascoal. 30ª Tese Ninguém tem certeza da suficiência do arrependimento e pesar verdadeiros, muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados. 31ª TeseTão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram. 32ª Tese Irão para o diabo, juntamente com os seus mestres, aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência. 33ª Tese Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus. 1034ª Tese Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória, estipulada por homens. 35ª Tese Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar. 36ª TeseTudo o cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência. 37ª Tese Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência. 38ª Tese Entretanto se não devem desprezar o perdão e a distribuição deste pelo papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão consiste numa declaração do perdão divino. 39ª Tese Ë extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e, ao contrário, o verdadeiro arrependimento e pesar. 40ª Tese O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para tanto. 41ª Tese É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal, para que o homem singelo não julgue erradamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas. 
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  • 42ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgências de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade. 43ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta ao necessitado do que os que compram indulgência. 44ª Tese É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena. 45ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro comindulgências, não adquire indulgência do papa, mas desafia a ira de Deus. 46ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências. 47ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos ser a compra de indulgência livre e não ordenada. 48ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro. 49ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus. 50ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgência, preferiria ver a basílica de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. 1251ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por um dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se necessário, a própria basílica de São Pedro. 52ª Tese Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia. 53ª Tese São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a palavra de Deus nas demais igrejas. 54ª Tese Comete-se injustiça contra a palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da palavra do Senhor. 55ª Tese A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a coisa menor, com um toque de sino, uma pompa, uma cerimônia, enquanto o evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem toques de sino, centenas de pompas e solenidades. 56ª Tese Os tesouros da igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo. 57ª Tese É evidente que não são bens temporais, porquanto muitos pregadores não os distribuem com facilidade, antes os ajuntam. 58ª Tese Também não são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto este sempre são suficientes, e, independente do papa, operam graça do homem interior e são a cruz, a morte e o inferno do homem exterior. 59ª Tese São Lourenço chama aos pobres, os quais são membros da Igreja, tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época. 1360ª Tese Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, que lhe foram dadas pelo merecimento de Cristo. 61ª Tese Evidente é que, para o perdão das penas e para a absolvição em determinados casos, o poder do papa por si só basta. 62ª Tese O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus. 63ª Tese Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos. 64ª Tese Enquanto isso o tesouro das indulgências é notoriamente o mais apreciado, porque faz com que os últimos sejam os primeiros. 65ª Tese Por essa razão os tesouros evangélicos foram outrora as redes com que se apanhavam os ricos e abastados. 66ª Tese Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens. 67ª Tese As indulgências, apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça, decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos. 68ª Tese Nem por isso semelhante indulgência é a mais ínfima graça, comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz. 69ª Tese Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda reverência. 1470ª Tese Entretanto tem muito maior dever de conservar abertos os olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não apregoem os seus próprios sonhos. 71ª Tese Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito. 72ª Tese Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado. 73ª Tese Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente. 74ª Tese Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob pretexto de indulgências, prejudicam a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agirem. 75ª Tese Considerar a indulgência do papa tão poderosa, a ponto de absolver alguém dos pecados, mesmo que (coisa impossível de se expressar) tivesse deflorado a mãe de Deus, significa ser demente. 76ª Tese Bem ao contrário afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo pode anular o menor pecado venial no que diz respeito a culpa que representa. 77ª Tese Afirmar que nem mesmo São Pedro, se no momento fosse papa, poderia dispensar maior indulgência, constitui insulto contra São Pedro e o papa. 78ª Tese Dizemos, ao contrário, que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o evangelho, dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1 Coríntios 12.6-9. 1579ª Tese Alegar ter a cruz de indulgências, erguida e adornada com as armas do papa, tanto valor como a própria cruz de Cristo é blasfêmia. 80ª Tese Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas desta atitude. 81ª Tese Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, torna difícil até homens doutos defenderem a honra e dignidade do papa contra a calúnia e as perguntas mordazes e astutas dos leigos. 82ª Tese Haja vista exemplo como este: Por que o papa não livra duma só vez todas as almas do purgatório, movido pela santíssima caridade e considerando a mais premente necessidade das mesmas, havendo santa razão para tanto, quando, em troca de vil dinheiro para a construção da basílica de São Pedro, livra inúmeras delas, logo por motivo bastante infundado? 83ª Tese Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para esse fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, quando já não é justo continuar a rezar pelos que se acham remidos? 84ª Tese E: Que nova santidade de Deus e do papa é esta a consentir a um ímpio e inimigo resgate uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não livrar esta mesma alma piedosa e amada por Deus do seu tormento por amor espontâneo e sem paga? 85ª Tese E: Por que os cânones de penitência, isto é, os preceitos de penitência, que faz muito caducaram e morreram de fato pelo desuso, tornam a remir mediante dinheiro, pela concessão de indulgência, como se continuassem em vigor e bem vivos? 1686ª Tese E: Por que o papa, cuja fortuna é maior do que a de qualquer Creso, não prefere construir a basílica de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de cristãos pobres? 87ª Tese E: Que perdoa ou concede o papa pela sua indulgência àqueles que pelo arrependimento completo tem direito ao perdão ou indulgência plenária? 88ª Tese Afinal: Que benefício maior poderia receber a igreja se o papa, que atualmente o faz uma vez ao dia cem vezes ao dia concedesse aos fiéis este perdão a título gratuito? 89ª Tese Visto o papa visar mais a salvação das almas mediante a indulgência do que o dinheiro, por que razão revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, quando tem sempre as mesmas virtudes? 90ª Tese Desfazer estes argumentos muito sutis dos leigos, recorrendo apenas à força e não por razões sólidas apresentadas, significa expor a igreja e o papa ao escárnio dos inimigos e desgraçar os cristãos. 91ª Tese Se, portanto, a indulgência fosse apregoada no espírito e sentido do papa, estas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.1792ª Tese Fora, pois, com todos este pregadores que dizem à igreja de Cristo: Paz! Paz! Sem que haja paz! 93ª Tese Abençoados, porém, sejam todos os pregadores que dizem à igreja de Cristo: Cruz! Cruz! Sem que haja cruz! 94ª Tese Admoeste-se os cristãos a que se empenhem em seguir seu Cabeça, Cristo, através da cruz, da morte e do inferno; 95ª Tese E desta maneira mais esperem entrar no reino dos céus por muitas aflições do que confiando em promessas de paz infundadas. 
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  • dai passamos a entender que:
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  • O termo é impróprio porque se vamos reformar algum lugar, nossa casa por exemplo, não a reformaremos mudando para outra casa, mas a reformaremos mantendo-nos como moradores que esperam a casa ficar "reformada" para podermos nela voltar a morar bem, agora do jeito que se quer. Não foi isso que Lutero fez. Nem Lutero, nem Calvino, nem John Smith, nem nenhum outro fundador das diversas igrejas protestantes.
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  • O melhor termo seria "revolução protestante" porque realmente assim foi caracterizada. Francisco de Assis, muito antes da reforma e Inácio de Loyola, entre vários outros, conseguiram reformar a Igreja sem "mudar de casa".
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  • Reformaram a que viviam. A Companhia de Jesus de Inácio de Loyola foi um dos pilares da reforma católica.
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  • Lutero lançou doutrinas que foram aceitas por muitas pessoas, muitas mesmo, como a "verdadeira forma de vida cristã". Entre eles citam-se a doutrina da Sola Fide e Sola Scriptura, onde, a partir daí, o protestantismo começou a degenerar. A doutrina anabatista, ainda vista por Lutero, seguia à risca o que entendia por Sola Scriptura. Tanto à risca que as doutrinas eram diferentes das que Lutero pregava. A revolta dos camponeses serviu para mostrar o perigo que a interpretação pessoal da bíblia representa para o cristianismo. Nunca se viu tal coisa no catolicismo.
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  • Pelas cisões constantes no corpo das igrejas protestantes o Evangelho também foi dividido. As doutrinas "verdadeiras" para uma igreja não necessariamente a são para a igreja mais próxima. Mas ambas ainda defendem que as denominações do protestantismo formam uma igreja "invisível" onde existem diferenças mas a crença em Jesus Cristo como Senhor e Salvador as une. Ora, alguma coisa está errada. Uma igreja crê que é bíblico batizar crianças e outra igreja diz que não é bíblico. Não ser bíblico é dizer que é contra a Palavra de Deus. Ser contra a Palavra de Deus é o mesmo que ser contra Deus. Logo uma das igrejas, nesse ponto, é contrário ao que Deus coloca em Sua Palavra, portanto há uma falha nessa "unidade invisível" proposta pelo protestantismo que nem eles mesmos sabem explicar. Mas para ambas, as duas são parte da mesma igreja de Jesus. Não há algo errado?
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  • Pedro em uma de suas cartas diz que nenhuma profecia da escritura é de interpretação pessoal. Apesar das negações das igrejas protestantes, muitas de suas doutrinas são fruto de uma pura interpretação pessoal de seu fundador, ou imitação da interpretação pessoal da que fundou uma outra igreja. No fundo, no fundo, as doutrinas protestantes contrárias à católica são todas fruto de interpretações pessoais de pessoas que não possuem a autoridade para tal. E a doutrina católica? Foi fruto de uma interpretação pessoal de alguém: algum papa ou teólogo, dos padres da Igreja, alguém pegou sua bíblia e fixou no quê os católicos iriam crer. Isso não é interpretação pessoal??. Não. A Igreja é a possuidora da verdade, e como tal ela deve extrair das Escrituras o que é a verdade. Pedro recebeu uma ordem de Jesus, muito clara por sinal: "Pedro, confirma teus irmãos". Ora, Pedro era pescador. E, a não ser que os pescadores judeus eram peritos em exegese, Jesus deveria dar algum apoio para que Pedro, aliado aos demais apóstolos, entendessem bem as escrituras ao ponto de, do que eles entendessem, confirmassem os demais. Isto Jesus disse como faria: "O Espírito Santo mostrará toda a verdade". Ora. O depósito da fé é passado pelos apóstolos aos bispos, que são seus sucessores, pelo sacramento da ordem. É por causa disto que os bispos e os padres da Igreja Católica tiveram autoridade para formular as doutrinas da Igreja que conhecemos hoje. Os fundadores das igrejas protestantes não possuem nada parecido.
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  • Recentemente um pastor evangélico frisou que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Entretanto Lutero adotou o princípio do livre exame para que qualquer pessoa possa desfrutar de sua própria interpretação bíblica, claro que cada interpretação é fortemente iluminada pelo Espírito Santo, até aquela interpretação santa de que Jesus não é Deus adotada por algumas seitas que têm a mesma bíblia como "única regra de fé e prática".
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  • Pois bem. Esse pastor é da Assembléia de Deus e, por exemplo, não crê na real presença de Jesus na eucaristia. Esta doutrina é "bíblica" (apesar de a bíblia mostrar que "este é o meu corpo"). Já algum protestante luterano que creia que Jesus está realmente presente na eucaristia também adota como bíblica essa doutrina. Imaginem o corpo de Cristo "invisível dessa maneira". Para esconder as feridas destas divisões, só sendo invisível mesmo. Voltando. Os dois, de posse em seus "livres exames" crêem em coisas diferentes. Mas dizem que fazem parte da mesma igreja. Como pode? Se o que une a Igreja invisível dos protestantes é a crença em Jesus então qual é o Jesus? É o que está ou não está na eucaristia? Se é o que está, como fica o lado que crê o contrário e vice-versa?
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  • Hoje no Brasil o protestantismo cresce em número em forma muita rápida, mas ainda possuem pequena parcela na população brasileira. A avidez proselitista do protestantismo faz com que muitas piorem a situação destas que se degeneram cada vez mais. Hoje as igrejas pentecostais falam o que o povo QUER ouvir, e não o que o povo DEVE ouvir. Claro que não é sempre assim. Mas quando o assunto é céu, inferno, e, principalmente, dinheiro, aí é uma festa. A teologia da prosperidade prospera nesse meio, que arruína não com os donos de igrejas, cada vez mais ricos, mas com a doutrina de Cristo que diz "buscai as coisas do alto". O número de protestantes pouco importa aos católicos, se crescem ou deixam de crescer. As conversões na Igreja Católica ocorrem de forma diferente: conversões dentro dela mesma. São pessoas que antes eram nada em matéria religiosa, cumpridoras de tabela, ocupadoras de banco de igreja, e passaram a ser adoradores do Deus verdadeiro, Senhor e Salvador.
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  • Hoje a Igreja Católica é atacada e ridicularizada por acusações das igrejas protestantes, que, aliás, as fazem em raros momentos de união de forças. Todas as igrejas protestantes contra a Igreja Católica. E Igrejas protestantes contra Igrejas Protestantes. É uma verdadeira autofagia protestante. Não vejo tal coisa na Igreja Católica, considerada por muitos como "sinagogas de satanás".
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  • Jesus quer que sejamos um. E o que se entende por "que sejam um"? devemos fosforilar muito? Claro que não. "Uma só fé, um só batismo, um só pastor".
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  • A "igreja invisível" dos protestantes não possuem uma só fé, nem um só batismo, nem um só pastor. As doutrinas protestantes são diversas. Convergem em alguns pontos mas divergem totalmente em outros. Não há uma só fé enquanto o livre exame assim permitir. "Mas cremos que Jesus é o salvador". Isto pode ser prova de uma só fé? Pode, claro, mas só e somente só nisso crerem as igrejas protestantes. O batismo é necessário à salvação "Sim ou não". Se o protestantismo estivesse sob uma única fé ouviríamos um sonoro "sim" ou "não". Mas o que ouvimos? "sim" dizem umas, "não" dizem outras. Não há uma só fé. Nesse caso há duas... deve haver também um só batismo: o do Espírito Santo. No protestantismo, pelo que aparenta, o fiel deve se batizar de novo se de onde vem a igreja não possui relações muito amigáveis. Mas o batismo é feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e não em nome da Igreja Católica ou da igreja batista ou da IURD.
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  • Longe também estão de ter um só pastor. Basta ver que as igrejas protestantes já não tem mas nem chefe, mas "presidente". As "convenções" de igrejas evangélicas reúnem os líderes das igrejas para discutirem assuntos de interesse comum.
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  • Opa! Líderes de igrejas? Nunca ouvi um Concílio Católico reunir líderes de igrejas católicas espalhadas pelo mundo. Reúnem os bispos, que são os chefes locais da Igreja Romana, que possui um só pastor: o Papa. Quem é o papa protestante? No passado Calvino era considerado tal. O rei da Inglaterra (no nosso tempo, a rainha) é o chefe da Igreja no País. Em nas demais localidades?
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  • Pode uma pastor de uma igreja batista se meter a chefiar a igreja batista da próxima esquina? Não, não pode. Não há um só pastor.
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  • Diante de tudo isto vemos que o culto evangélico cresce a cada dia no Brasil. Que o povo mais católico do mundo está cada ano menor. Mas, imaginando um país de maioria protestante, principalmente pentecostal fundamentalista, não consigo pensar noutra coisa a não ser numa enorme torre de Babel, onde dois não se sentam para conversar sobre doutrina, mas apenas sobre assuntos fraternais. Com certeza o mosaico protestante que está se tornando favorece cada vez mais cenas de autofagia. A autofagia protestante.
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  • "Aquele que quer vingar-se encontrará a vingança do Senhor, o qual tirará exata conta de seus pecados" (Sab 28,1)

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